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24 de dezembro de 2012

Doctor Who: A Christmas Night

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   Era noite de natal e o Doutor, Amy e Rory estavam no salão de festas da TARDIS, havia uma mesa bastante decorada com muitas guloseimas e um apetitoso peru de natal ao centro. Um pequeno rádio tocava clássicos natalinos, preenchendo a atmosfera com um clima envolvente e mágico. Mais envolvente e mágico eram as risadas dos viajantes do tempo que se divertiam contando fatos engraçados que já aconteceram em ceias de natal passadas. Enquanto beliscavam alguns petiscos que estavam na mesa e tomavam umas taças de champagne, o aparelho que o Doutor levava no bolso interno do casaco apitou e o Doutor imediatamente o sacou para ver do que se tratava. Amy, ao ver a expressão do senhor do tempo se mudar de riso em preocupação, perguntou sobre o que se tratava a mensagem.

_ Um pedido de ajuda – disse o Doutor.
_ Como o daquele menino com os monstros no armário? – perguntou Amy como se tivesse assistido todos os acontecimento pelos quais passaram dentro da casa de boneca.
_ O do tenza? – perguntou o Doutor que começou a frase com deboche, mas logo depois fechou a expressão como se houvesse uma possibilidade – É, parecido.
_ Acha que é algo poderoso? – perguntou Rory – quando aquele menino, bom, aquele tenza chamou a gente foi por que algo que fazia ele sentir muito medo.
_ Sim, mas só indo lá para descobrir. – disse o Doutor saindo do salão e se dirigindo à sala de controle da TARDIS.

   O Doutor apertou alguns botões e moveu algumas alavancas e manivelas e num estante a TARDIS havia se teleportado para uma viela escura de Londres. Era interessante ver como a cidade tão movimentada estava praticamente deserta naquela noite, todos estavam celebrando o natal em suas casas, mas eu disse praticamente deserta porque uma criança caminhava na direção contrária à dos viajantes do tempo. A criança era uma menina de aproximadamente oito anos que chorava desconsoladamente e pedia por socorro.
Amy foi a primeira a ir de encontro à menina e perguntar o que estava havendo, a menina ao invés de manter distância de uma estranha, correu logo na direção de Amelia Pond e agarrando suas roupas, a puxava para de onde veio dizendo:

_ Ele levou minha mamãe, venha ajuda ela.
_ Sua mãe, quem foi que levou sua mãe? – perguntou o Doutor interessado.
_ O duende, ele levou minha mamãe, vem ajuda ela por favor.
_ Acha que foi ela que mandou o pedido de ajuda? – perguntou Amy
_ Não acho, tenho certeza!

    Amy permitiu que a menina a puxasse para onde queria, Rory e o Doutor seguiam logo atrás. Amy e Rory estavam perdidos sobre o que estava acontecendo, mas o Doutor já traçava uma axiomática explicação para tudo.
   Quando chegaram no local onde a criança queria levá-los, eles perceberam que estavam no quintal da casa da menina, talvez tenha sido ali onde a mãe da menina foi sequestrada. Amy tentava acalmar a menina enquanto o Doutor começava a analisar tudo que estava ao redor com sua chave de fenda sônica. Rory vasculhava os arredores para ver se encontrava alguém mais.

_ Um duende, ele levou minha mamãe. A gente ia até à igreja para ver a Missa de natal, a gente ouviu um barulho no quintal e minha mamãe foi até o quintal ver o que era quando em fé, eu vi um duende pegar a mamãe e saltar em cima dos telhados com ela nos ombros.
_ Um duende? – perguntou Amy, mas não para a menina.
_ Deve ter sido um alienígena parecido com um duende – respondeu o Doutor antes de perguntar para a menina – Qual é o seu nome?
_ Therese.
_ Que nome bonito! Eu sou o Doutor.
_ Doutor quem?
_ O Doutor. Essa é Amelia Pond e aquele é o marido dela, Rory Willians. Sua mãe foi levada por um duende. Diga como ele é?
_ Verde e peludo, tinha focinho e olhos amarelos.
_ Certo, ainda estava de dia quando isso aconteceu?
_ Sim.
_ Só mais uma coisa, você disse que ele saiu pulando sobre os telhados. Como assim?
_ Ele pulava como um grilo.
_ Interessante!
_ O que isso quer dizer? – perguntou Amy.
_ Quer dizer que não é um duende, mas um alienígena.
_ Um alienígena? Mas o que ele queria com a mãe dela? – perguntou Amy
_ Não sei, mas a primeira coisa que devemos fazer é seguir pra onde ele foi.
_ Mas como vamos saber para onde ele foi?
_ Ele é um grosprikiniano, consegue saltar longas distâncias, mas sempre se esconde em locais úmidos e labirínticos. Ele deve estar escondido no Hyde Park.

   Todos se dirigiram para dentro da TARDIS e o Doutor mecheu mais uma vez nos botões e alavancas do painel de controle da TARDIS e num estante o conhecido barulho da cabine desaparecendo do quintal de Therese e surgindo no Hyde Park tomou conta do ambiente. Até que chegaram por completo onde queriam e o Doutor assentiu que haviam chegado. Antes de sairem, o Doutor se virou para jovem Therese e perguntou qual era o nome da sua mãe. Marthe foi o que a garotinha respondu e então o Doutor propós que Rory, Amy e Therese fossem por um lado enquanto ele ia por outro, já que não podia deixar as meninas sozinhas devidos aos riscos do alienígena sequestrador.
   Enquanto passavam em meio as árvores do Hyde Park que já de noite e totalmente vazio se mostravam assustadoras, eles gritavam pelo nome de Marthe. O Doutor caminhava e de tempo em tempo parava e gritava por Marthe, depois tirava sua chave sônica do casaco e escaneava o que estava por perto para ver se estava tudo tranquilo, depois voltava a caminhar.
Amy, Rory e Therese caminhavam enquanto iam gritando por Marthe, sempre que ouviam o Doutor gritar por ele, gritavam juntos em seguida. Rory ia olhando entre as assustadoras árvores com medo que o grosprikiniano surgisse e os atacasse.
   Depois de quase uma hora, eles se encontraram novamente na porta da TARDIS, Doutor tinha uma feição de chateamento e Therese segurava o choro.

_ E então, o que vamos fazer? – perguntou Amy.
_ Eu não sei. Isso está errado, ele tinha que vir pra cá! – respondeu o Doutor indiginado
_ Não acha que Marthe está impossibilitada de nos responder? – perguntou Rory
_ É uma hipótese, mas então por que ele não nos atacou? – perguntou o Doutor para si mesmo – Mas é claro! Doutor burro!
_ O que? O que é claro? – Perguntou Amy.
_ Ele ataca mulheres, por isso atacou a mãe de Therese, mas tem medo de homens e é por isso que ele ficou escondido. Ele espera vocês ficarem sozinhas e desprotegidas.
_ Como assim? – perguntou Amy ainda confusa.
_ Entrem todos na TARDIS, ele está observando a gente.

   Já dentro da TARDIS, o Doutor explicou o que tinha em mente, ele atrairia o grosprikiniano para onde pudesse ser visto e depois o capturaria para saber o porquê dele ter sequestrado Marthe, mas para isso ele precisaria de que Amy ficasse de isca.

_ Doutor, isso é loucura! – protestou Rory preocupado com sua esposa.
_ Mas é o único modo de atrairmos o alien que sequestrou a mãe de Therese – disse Amy –, então eu topo.
_ Não se preocupe Amy, vamos mover a TARDIS para o fundo e vamos estar de olho em você – disse o Doutor para deixar sua maiga tranquila.
_ Tudo bem, eu confio em você – respondeu Amy.

   Assim que Amy saiu da TARDIS, Rory lhe deu um beijo falando que tudo ia dar certo. Depois disso a TARDIS se teleportou do meio do calçadão para o fundo entre as árvores, o Doutor acionou o dispositivo que permite que a TARDIS fique invisível e dali do fundo ficaram observando Amy sozinha naquela aterrorizante noite de natal.
   Amelia Pond, a menina que esperou, estava ali no meio do nada esperando que um alienígena a atacasse. Ela se sentou num banco ali perto e ficou olhando as estrelas tentando se manter calma e confiante. “Não vai acontecer nada! Rory e o Doutor estão logo ali. Meu Rory não vai deixar nada de errado acontecer comigo”, repetia ela para si mesma.
Dentro da TARDIS, Rory e o Doutor se colocavam numa anciosa prontidão. Cada segundo parecia uma eternidade até que todos (inclusive Amy) ouviram um barulho vindo das árvores.
O que ouviram era como o de uma abelha voando. Rory e Amy se perguntavam sobre o que era aquilo, mas o Doutor sorria com o barulho pois sabia que sua teoria de que o suposto duende era um grosprikiniano.
   Foi então que Amy viu o monstro na sua frente ele saltava como um gafanhoto e o barulho que ele emitia vinha da sua boca, como se tivesse engulido uma abelha. O grosprikiniano se aproximou de Amy e foi nesse momento que o Doutor e Rory saíram da TARDIS e o Doutor berrou:

_ Fique longe dela!

   O monstro, surpreso com o truque do Senhor do Tempo decidiu que não tinha que fugir, atacou na direção dos dois e lançando Rory para longe abriu a bocarra contra o Doutor, como se fosse lhe arrancar a cabeça. O Doutor não esperava essa reação então não soube muito bem oque fazer, foi então que ele ouviu um barulho muito parecido com o de sua chave sônica então ele instantaneamente apalpou seu bolso e percebeu que sua chave ainda estava ali. O monstro foi jogado para longe e então deu um salto e sumiu no meio da mata, O Doutor então olhou paralisado para seu salvador.

_ Você? Não pode ser! – disse o Doutor.
_ Ho! Ho! Ho!
_ Não pode ser! – disseram Amy, Rory e o Doutor.
_ O que não pode ser?  - disse o salvador do Doutor.

Nesse momento, Therese (que acompanhava tudo de dentro da TARDIS) saiu correndo e deu um forte abraço naquele homem enquanto gritava:

_ Papai Noel! Eu não acredito que é o senhor de verdade.
_ Sim, sou eu, minha pequenina! Ho Ho Ho!
_ Mas como? Por que? – perguntou o Doutor
_ Estou procurando essa criatura há uns três dias, Marthe não é a única a ter sido sequestrada, outras três mulheres também desapareceram.
_ É um grosprikiniano – disse o Doutor muito orgulhoso por saber disso.
_ Não, não é – respondeu Papai Noel.
_ Como assim não é? Eu o vi de perto, é um grosprikiniano! – respondeu o Doutor
_ A casca sim, mas é manipulada por uma gizem – disse Papai Noel olhando por cima dos óculos nos olhos do Doutor.
_ Doutor burro! Doutor burro! – disparou o Doutor a gritar para si mesmo.
_ Por que? O que é uma gizem? – perguntou Amy.
_ Um parasita que toma corpos para poder se reproduzir – respondeu o Doutor.
_ Bom, por que em vez de ficarmos discutindo teorias, não vamos atrás do alienígena? – sugeriu Noel.
_ Mas não sabemos para onde ela foi – disse Rory.
_ O Doutor sabe – disse Noel.
_ Ela ficou assustada, então foi pro ninho proteger os hospedeiros – disse o Doutor pensativo.
_ Mas onde é o ninho? – perguntou Amy.
_ Provavelmente em algum armazém abandonado aqui perto – respondeu o Doutor ainda pensativo.
_ Bom, então vamos até lá! – disse o bom velhinho.

   Nesse momento, o Doutor foi conduzindo todos até a sua TARDIS que ainda estava invisível atrás de algumas árvores, mas Papai Noel o interrompeu mostrando para todos o seu trenó que estava parado um pouco mais longe.

_ Não, com a TARDIS a gente chega mais rápido! – advertiu o Doutor.
_ Eu sei! – respondeu Noel.
_ Mas então... – ia dizendo até olhar para Noel e se dar conta do que estava acontecendo – Hum!
_ Não vai negar a eles a oportunidade de passear no trenó do Papai Noel – disse Noel piscando o olho para o Doutor.

   Todos entraram no trenó, embora somente Amy e Therese tenham sentido falta das renas que deviam estar amarradas a frente do trenó.
O trenó de Papai Noel parecia mais uma carruagem, embora não tivesse rodas. Com uma chave ele abriu a porta e permitiu que todos entrassem na sua frente. Quando estavam lá dentro, perceberam que ela era maior por dentro, foi aí que Amy e Rory se deram conta do que estava acontecendo.

_ Você... você é um Senhor do Tempo! – disse Rory enquanto Amy ficava de queixo caído.
_ Ho! Ho! Ho! – gargalhou Noel – Surpresos?
_ Como eu não pensei nisso antes? Você fala todas as línguas, tem mais de mil anos, conhece todos os quartos do universo, consegue carregar uma quantidade absurda de presentes dentro de um trenó, entra em qualquer casa sem ser percebido e faz tudo isso em uma única noite – concluiu o Doutor.
_ Mas pensei que todos os Senhores do Tempo tinham morrido – questionou Amy enquanto Papai Noel gargalhava.
_ Quando os Senhores do Tempo caírem, eu também estarei lá, mas tudo é possível quando se tem uma máquina do tempo.

   Foi então que eles perceberam que Papai Noel sabia o tempo todo que o dia da sua morte chegaria, mas aproveitava o tempo enquanto não chegava a sua hora. Papai Noel era um Senhor do Tempo, assim como o Doutor.

_ E os brinquedos, onde você os faz? – perguntou Amy.
_ O mais importante não são os presentes, minha cara Amy, mas o amor e a bondade que tento plantar bem aqui. – disse Noel enquanto apontava para o coração de Amy – Saiba minha querida que venho trazendo uma mensagem muito mais importante  do que presentes.
_ E qual seria essa mensagem? – perguntou Amy.
_ Respeito, igualdade e bondade. Papai Noel não olha a classe social, a cor, a religião, nada disso! A única coisa que importa é o comportamento das crianças. Se alguém é bom, nada mais importa.

   Depois disso, Noel se encaminhou para um corredor onde haviam três grandes portas, ele abriu a primeira e mostrou um escritório com livros e computadores. “Aqui é onde as cartas são lidas e a lista de bons meninos é feita”, dizia Noel, logo depois ele abriu a segunda porta e mostrou onde os brinquedos eram fabricados, nesse momento as máquinas estavam paradas.

_ O Natal é o único dia em que elas não trabalham – disse Noel.
_ Mas e os duendes? – perguntou Amy.
_ Quem conta um conto, aumenta um ponto! – disse Noel, e depois gargalhou – Ho! Ho! Ho!
_ Ok! Nada de renas e duendes – disse Rory – E a Lapônia?
_ Também, não! Está tudo na TARDIS.

   Então Noel os encaminhou para a terceira porta que dava para um imenso depósito de brinquedos já prontos. Eles esperavam para serem entregues aos seus donos naquela noite.

_ Bom, acabou o passeio! Agora vamos atrás de Marthe e das outras – disse Noel voltando com todos para a sala de controle e teleportando a TARDIS para o armazém mais próximo.

   Doutor tinha ficado calado, mas estava surpreso de ver outro Senhor do Tempo, ele observava cada semelhança e diferença entre ele e aquele Senhor do Tempo.
   Quando chegaram ao armazém, todos desceram da TARDIS. Doutor e Rory saíram a procura por um lado, enquanto Noel e as meninas por outro, eles vasculharam todos o armazém, mas só quando se reuniram novamente é que Therese apontou para o teto e disse “Olhem!” então todos viram as três mulheres penduradas por uma espécie de teia, era por isso que a gizem tinha possuído aquele grosprikiniano, ele possuía dons aracnídeos úteis para a missão de roubar e botar em três novas fêmeas.
   Mas quando o Doutor levantou a chave sônica na direção no ninho, eles foram surpreendidos pelo grosprikiniano possuído pela gizem, ele saltou na direção deles e tentou atacar Noel, mas dessa vez foi o Doutor que tirou a chave sônica e paralisou o alienígena.
   Com o alienígena desacordado, Noel deu uma espécie de bebida que estava no seu cinto e despejou na boca do grosprikiniano, em questão de segundos a gizem seria disolvida.

_ Lamento, querida! Mas ou eu faço isso ou você continua no corpo desse coitado sequestrando mulheres indefesas – disse Noel.

   Logo depois, o Doutor e Rory retiraram as mulheres das teias e o Doutor as escaneou com a chave sônica para ver se estavam com ovos de gizem, mas o resultado foi, felizmente, negativo.
Então eles trataram de levar todos para dentro do trenó, o mistério tinha se resolvido e agora as mulheres poderiam voltar para seus lares para passarem o Natal com a família.
   O trenó, ou melhor, a TARDIS do bom velhinho se materializou novamente no parque. Doutor e seus amigos iriam levar Therese e Marthe (ainda inconsciente) para casa, enquanto Papai Noel levaria as outras duas e começaria a distribuir os presentes.

_ Muito obrigada, Papai Noel! – agradeceu Therese.
_ Disponha, minha querida! Não se esqueça de olhar sua meia amanhã de manhã – respondeu Noel com um piscadela.

   Todos deram um forte abraço em Noel e se prepararam para ir embora, quando já estavam todos, exceto o Doutor, dentro da cabine de polícia, Noel, na porta do trenó lhe chamou:

_ As semelhanças e as diferenças não importam, Doutor. Só a bondade.
_ Vamos nos ver novamente?
_ Claro que sim! Tudo é possível quando se tem uma máquina do tempo.
_ É verdade!, Obrigado, Papai Noel!
_ Disponha, meu querido, mas por favor, me chame de Jeff! Feliz Natal! – disse Noel indo para dentro da sua TARDIS e iniciando o teleporte.
_ Feliz Natal – respondeu o Doutor que via o trenó desaparecer e somente o som de uma gargalhada ficou no ar.
_ Ho! Ho! Ho!

   Em silêncio, Doutor foi para a TARDIS onde todos o esperavam. Lá ele programou a TARDIS para teleportá-los para casa de Therese, mas sem conter a felicidade, gargalhou também:

_ Ho! Ho! Ho!