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1 de setembro de 2013

Senet: o jogo dos deuses - Capítulo 2: Um simples jogo

Sinopse: Para se divertir na eternidade, Osíris, Rá, Hórus e os demais deuses decidiram jogar um jogo em meio aos mortais, mas o que eles não sabiam era que com o declínio dos costumes egípcios faria com que eles ficassem presos no mundo mortal, e pior, sem suas memórias e seus poderes, dentro de corpos humanos.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.

http://fanfiction.com.br/historia/410354/Senet_O_Jogo_Dos_Deuses/


   “Vou sair para arrumar umas coisinhas, você tem vinte e quatro horas para se decidir, amanhã às dez da manhã um avião sai para o Egito e você vai me encontrar nele. Aqui está sua passagem”. Essa eram as últimas palavras de Inpu antes de sair e deixar William pensando na decisão da sua vida. William se dirigiu a sacada do seu apartamento e, contemplando a o trânsito nas ruas, pensou em tudo aquilo que fizera com que seu mundo desabasse em menos de doze horas.
   William tentou analisar a situação com calma, pensando em tudo friamente. Viu o quanto se sentia bobo por ter pensado na mínima hipótese de largar toda sua vida para fugir com um louco que conhecera na noite passada. “Deuses... Bah!” repetia par si mesmo “Não vou para o meio do nada com aquele maluco que acha ser um deus”.
Foi aí que ele se lembrou da dor de cabeça e do sonho. O que aquilo queria dizer? O sonho com a fera era tão real, ainda se lembrava daquele hálito terrível. Seu cérebro então devolveu com uma explicação lógica, “A dor de cabeça deve ter sido por que bebi rápido e de estômago vazio e o pesadelo foi por causa da conversa sobre hieróglifos ou algum filme que vi por esses dias”. Então William decidiu que não sairia para nada e continuaria vivendo sua vidinha tranquila.
   O dia passou extremamente rápido e William acabou por não fazer nada o dia todo. Ao cair da tarde ele se sentou em frente ao computador e iniciou uma pesquisa sobre o Egito. Leu tudo que podia sobre os deuses egípcios, procurou sobre o jogo senet e tentou ler algumas coisas a respeito de encarnações das divindades coptas. Um pequeno artigo num site de um desses malucos que acreditam em aliens falava que Osíris, principal divindade do mundo inferior, já havia encarnado em diversas personalidades da história, desde Ptolomeu II ao herói Hercúles. Achou alguns trabalhos de Isaac Newton que diziam a mesma coisa. E por fim encontrou num fórum de discussão algumas pessoas falarem de anomalias nas pirâmides, algo como seres super poderosos travando guerras por lá. William achou que já era o bastante para um dia e acabou por adormecer.
   William seguiu uma estrada sinistra que descia cada vez mais, não havia nem teto, nem paredes, mas a sensação de claustrofobia continuava. Ele foi seguindo aquela estrada  até encontrar novamente o cachorro de pelo negro que latiu para ele e saiu correndo, como o esperado. William desta vez seguiu caminhando atrás do cachorro até encontrar um ser estranho que não parecia nada com o de antes. Dessa vez, a criatura tinha todo corpo de leão, mas a cabeça de águia, juntamente com um par de asas. A criatura olhou irritada para ele e depois se curvou na intenção de abocanha-lo, uma espécie de clarão vez com que a criatura recuasse, mas num salto ela tentou um segundo ataque. William rolou pela garganta da fera. Então acordou.
    Olhando para o rádio relógio viu que ainda tinha tempo de pegar o avião com Inpu, mas riu de estar pensando naquilo e novamente se sentiu um besta por achar que largaria tudo para embarcar numa busca pela resolução dos mistérios da sua vida. Aquilo vez com que ele de início paralisasse e saltasse da cama em busca de se arrumar o mais rápido possível. “ Eu não acredito que estou fazendo isso”.
   Alguns imprevistos fizeram com que William chegasse às dez e meia no portão de embarque. Então, numa espécie de oração á sua consciência disse que se tivesse perdido aquele avião, era por que realmente não devia tê-lo pego. Mas ao chegar ao portão de embarque, viu Inpu que apontando para o relógio e sorrindo disse:

_ Você está atrasado, mas por sorte o avião também!

24 de junho de 2013

Senet: o jogo dos deuses - Capítulo 1: Maus presságios

Sinopse: Para se divertir na eternidade, Osíris, Rá, Hórus e os demais deuses decidiram jogar um jogo em meio aos mortais, mas o que eles não sabiam era que com o declínio dos costumes egípcios faria com que eles ficassem presos no mundo mortal, e pior, sem suas memórias e seus poderes, dentro de corpos humanos.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.

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_ O que? – foi a única coisa que William conseguiu falar.
_ O que o que? Vai logo! – respondeu Inpu.
           
            William acabou por obedecer, estava assustado com o sono e realmente precisava de um banho. Em menos de quinze segundos estava arrumado. Pensou em servir algo de comer para Inpu, mas quando chegou na cozinha, reparou que ele já havia preparado o desjejum.
_ É... a gente se conheceu ontem, não foi? – disse William tentando ser irônico.
_ Sim, achei que você se lembraria duma dor de cabeça daquelas. – respondeu Inpu lavando toda ironia de William pelo ralo.
_ Como você sabe?
_ Achou que ninguém percebeu? – disse Inpu enquanto se sentava para comer – Bom, seus amigos não, mas eu não poderia deixar passar despercebido.
_ Mas... – William abriu a boca, mas foi interrompido.
_ Eu sei muito sobre você, mais do que você sabe sobre si mesmo.
_ Como?
_ Já teve aquela sensação de que seu lugar não é esse, de que sua vida não faz sentido? Já parou para pensar que para você, dinheiro, sucesso e família não tem a menor importância?
_ Mas... – William ficou sem palavras novamente, Inpu realmente o conhecia bem.
_ E se eu te oferecesse um propósito que fizesse sua vida valer a pena?
_ Mas... – William se sentiu sufocado pela falta de palavras pela terceira vez, decidiu então se sentar e comer um pouco, ouvindo o que Inpu tinha para falar.
_ Bom, não sei ao certo por onde começar... Sei o que sente, então sei que o que vou dizer vai soar como brincadeira, mas... Você é um deus!
_ O que?!?
_ Sim, eu também achei estranho, mas não é algo que possa te provar. Eu senti seu sekhem assim que me aproximei. Você também sentiuo meu, o que vez você passar por aquele mal estar. Acontece sempre que deparamos com outro neteru.
_ Sekhem? Neteru?
_ Já ouviu falar dos deuses do Egito, imagino.
_ Vagamente – respondeu William se recordando da conversa sobre hieróglifos na véspera.
_ Bom, acontece que todo o panteão egípcio decidiu jogar para passar o tempo. Os deuses maiores, chamados neteru primordiais elaboraram um jogo chamado senet.
_ Um jogo?
_ Sim, o jogo funciona de uma forma básica. Todos os deuses descem à Terra e tomam forma humana. A partir daí, passam a caçar uns aos outros. Sempre que um deus morre num avatar mortal, é levado para uma tumba com uma série de equipamentos que devolvem sua alma para o mundo dos deuses, ou realidade etérea, se preferir.
Os deuses então desceram ao Egito e lá praticaram esse jogo por séculos. Com o surgimento dos novos impérios, os deuses foram caminhando pela Terra travando guerras e modificando a história. Acontece que por volta da era medieval, os homens abandonaram o culto aos deuses e se voltaram para o deus judaico-cristão. Isso fez com que as tumbas portais não foram mais construídas e todos os deuses ficaram presos na Terra.
_ E você acha que sou um desses deuses?
_ Não acho, tenho certeza. Você também tem, posso ver no seu olhar. – disse Inpu sorrindo – Com os deuses presos na Terra, ao serem mortos, nenhum deles retornava para o plano etéreo, então vagavam até serem reencarnados e voltavam para o jogo, mas isso já faz mais de mil anos.

            William tentava processar aquilo tudo. Era muita informação para ele, mas era bem melhor que nenhuma informação. Ser um deus não era algo que esperava para o café da manhã, mas a naturalidade de Inpu acabou lhe ajudando bastante.

_ Tudo bem! Digamos que eu acredite no que disse.
_ Não é questão de acreditar, mesmo se fosse, sei que você acredita.
_ Bom, quer dizer que eu sou um deus, você também e está vindo vários outros deuses para me matar?
_ Basicamente!
_ Por que você não me mata para adiantar seu joguinho?
_ Existem algumas relações entre o senet terrestre e o senet dos neteru, uma delas é de que duas peças juntas não podem ser atacadas.
_ Tá me usando para não ser atacado?
_ Mais ou menos... “Uma mão lava outra”?
_ Digamos que eu tope participar do seu joguinho. O que necessariamente tenho que fazer? Não sei se posso... sei lá... matar um deus.
_ Isso é com o tempo, vamos localizar outros deuses e nos aprimorar através do Ab humano. Depois teremos forças para movimentar as peças. Por enquanto, agrupamos.
_ Tá, e como fazemos isso?
_ Vamos ter que sair de viagem, precisamos de mais informações e eu vou procurar nossas memórias.
_ Nossas memórias?
_ Sim, com o processo de reencarnação os deuses acabam perdendo a memória, muitos deles vivem sem saber o que são.
_ E como você sabe de tudo isso?
_ Longa história. Já estou de malas prontas e recomendo que arrume as suas.
_ Para onde vamos?
_ Para o Egito, onde tudo começou.

23 de junho de 2013

Senet: o jogo dos deuses - Prólogo

Sinopse: Para se divertir na eternidade, Osíris, Rá, Hórus e os demais deuses decidiram jogar um jogo em meio aos mortais, mas o que eles não sabiam era que com o declínio dos costumes egípcios faria com que eles ficassem presos no mundo mortal, e pior, sem suas memórias e seus poderes, dentro de corpos humanos.
Agora, Anúbis encontrou um jovem chamado William, que pode ser o avatar de um deus, e juntos partem em busca de por um fim nisso tudo, mas a única forma de dar um fim nisso é continuar jogando, e as regras do jogo ordenam que se removam as demais peças, até que só reste um deus.



   Uma estranha dor de cabeça se apoderou de William. O mundo girava e um grande zumbido ameaça estourar seus tímpanos. Era como se tivessem dado uma pancada na sua cabeça, a visão turvou e tudo que ele conseguiu ouvir foi “Você tá legal, cara?”. Depois, só trevas.
   Em seguida William acordou, pensou que estivesse num hospital ou coisa do tipo, mas ainda estava naquela mesa de bar. Sua alucinação não durou um milésimo de segundo.
_ Prazer em conhecê-lo? – disse um desconhecido à sua frente.

   William, raciocinou por um minuto e depois cumprimentou o estranho. “O prazer é todo meu”. E depois se levantou e, pedindo desculpas aos colegas, se dirigiu ao banheiro.
   A torneira liberou uma água muito gelada. William encheu a palma das mãos e se curvando, lavou o rosto. Levantou sua cabeça e tentou refletir sobre o que estava acontecendo.
   Alguns segundos se passaram enquanto o narciso¹ se contemplava. Lembrou que estava na happy hour com seus amigos e um deles chegou com um conhecido e os apresentou, foi somente aquele conhecido chegar perto e William foi tomado pela dor de cabeça, depois tudo passou.
   Quando William retornou, o estranho permanecia ali. Parecia mais interessado em estar ali do que anteriormente. Quando William se aproximou ouviu os amigos comentarem que o estranho era vizinho de apartamento do colega que o trouxe. Vivia sempre recluso e o amigo acabou por “carregá-lo” até ali para se enturmar um pouquinho.

         _ Desculpe-me – disse William se sentando novamente à mesa –, mas não consegui gravar seu nome, qual é mesmo?
         _ Inpu – respondeu o estranho secamente.
         _ Não é estranho, eu disse isso para ele. É o que mesmo, chinês? – comentou o amigo meio embriagado, fazendo com que Inpu se lembrasse que estava detestando aquele local.
         _ Na verdade é copta, o idioma do Egito, meu avó era de lá.
         _ Copta? Achei que falavam hieróglifo! – gargalhou um colega totalmente embriagado.
        
   Inpu, com um olhar de reprovação, abriu a boca para explicar, mas foi cortado por William:

_ Bom, é... Na verdade, hieróglifo é só a escrita, não a fala.

   Inpu não pode conter um sorriso. Todos ficaram ali por um bom tempo. William acabou fazendo amizade com Inpu que tinha um jeito recluso mais próximo do jeito dele. Ao irem embora Inpu fez questão de pegar um ônibus.
         _ Acho que você não está em condições de dirigir – disse para o vizinho que o trouxera.

   Ao chegar em casa, William tomou um bom banho e caiu no sono, nem se lembrava do mal estar que passara. O álcool tem um poder de despreocupação formidável, mas nem todo o álcool do mundo faria com que ele se esquecesse do estava para acontecer.
   William corria por um corredor  de pedra rústicas e sentindo-se clastroufóbico, correu em direção duma luz no final do corredor. Chegando lá, pensou que sairia do local, mas o piso desapareceu e ele caiu num imenso saguão. Estava tudo escuro e quieto, até que várias tochas se acenderam e ele viu um cachorro. O cachorro latiu e saiu correndo, William começou a segui-lo até que o cachorro atravessou a parede. William pensou em parar, mas num impulso, se jogou contra a parede e, atravessando-a, viu-se num segundo saguão, igual ao primeiro.
William procurou pelo cachorro, mas não o encontrou. Foi então que viu uma criatura horrenda se aproximando, era uma espécie de dragão, mas tinha cabeça de crocodilo, corpo de leão e ancas de hipopótamo. Era realmente horrível, e ia crescendo a medida em que se aproximava.
Quando o monstro se aproximou abriu a bocarra e tentou devorar William. Ele, paralisado com aquela visão, sentiu um cheiro terrível vir do hálito daquela criatura. Era cheiro de morte.
   A campainha tocou e William acordou, era tudo um sonho e ele estava ensopado de suor. A campainha tocou novamente e William olhou as horas no rádio relógio. Dez horas da manhã.
         _ Já vai! – gritou.
        
   Abrindo a porta, se deparou com Inpu. Ele apenas viu a porta aberta e foi entrando, tinha uma mala cheia e parecia que estava se mudando.

         _ Tome um banho, tire essa cara amassada. Quanto mais rápido você se arrumar, mais rápido respondo suas perguntas e damos no pé daqui.



¹ Narciso: na mitologia grega, herói que, contemplando sua beleza no reflexo da água, ficou apaixonado pela sua própria beleza e se afogou, em busca de si.

20 de março de 2013

Peças no Xadrez

   Na madrugada de ontem, foi encontrado morto na quadra B-4, um jovem soldado da guarda real branca. Um colega de serviço encontrou o corpo já frio e imediatamente convocou a cavalaria que constatou uma ferida no peito que pela espessura, foi feita por uma espada de gume longo, já que o objeto perfurou o coração, mas não exibiu marcas de que se havia chegado nem mesmo na metade da lâmina.
A espada do soldado foi encontrada junto do corpo sem nenhuma impressão digital que não fosse a sua, sua malha de couro foi rasgada na alça e havia um hematoma próximo ao seu olho esquerdo, provavelmente feito por um punho de espada ou algum objeto do tipo.
   A polícia convocou de imediato os vigias das torres brancas e como o vigia da torre da quadra A-1 pode demonstrar, nenhuma delas possuía visão da quadra B-4, o que acabou por ser muito inconveniente para a investigação.
   Segundo o relato do guarda-costas de sua majestade, o rei branco, a vítima era guarda da catedral localizada na quadra C-1 e tinha muita amizade com o guarda-costas da rainha branca, que foi quem o encontrou morto. A amizade dos dois chamava a atenção de todos pela troca de favores que um prestava ao outro, segundo testemunhas, os dois amigos já teriam inclusive trocado de postos diversas vezes.
   Segundo a investigação da Polícia Montada das Peças Brancas (PMPB), o guarda-costas da rainha é um forte suspeito do homicídio já que essas trocas de favores podem ter feito com que o mesmo ficasse no prejuízo e quisesse fazer um acerto de contas com seu amigo na fronteira do reino branco, bem longe do alcance das torres. Mas ainda não há provas contundentes, uma vez que a espada dos peões é do tipo gládio e assim, curta demais para provocar o ferimento que a vítima tinha.
   Uma denúncia anônima revelou que o peão assassinado era um amante da rainha branca. Isso justifica o porquê das trocas de postos e coloca mais um indivíduo sob suspeita, o governante que ao saber da traição de sua esposa poderia ordenar a morte do amante ou até matá-lo com suas próprias mãos, no caso, com sua espada longa do tipo rapieira que deixaria perfeitamente as marcas mortais do indivíduo. Numa busca pelo castelo real branco, localizado nas quadras D-1 e E-1, a polícia encontrou a espada do rei abandonada nos aposentos reais e o monarca não estava presente. A rainha indagou de que seu marido havia saído em roque para a quadra G-1 e estava sob a proteção da torre branca direita então a polícia não pode contatá-lo, mas esse ato só piorou a situação do rei branco que se tornou a principal suspeita, mas qualquer um que tem acesso ao castelo pode ter pêgo a espada abandonada nos aposentos reais.
   Numa dessas fofocas corriqueiras que correm pelo reino, saiu o boato de que o bispo poderia ter cometido o crime, pelo fato do guarda-costas se recusar a servir o epíscopo. Muitos cidadãos comentam que o bispo teria matado o peão por ele se declarar contra a ação da Igreja. Segundo alguns peões, a vítima teria se queixado abertamente sobre o poder da Igreja nos dois reinos, mas a polícia descarta essa alternativa por não ser digna de confiança, já que o bispo poderia acusar o guarda de heresia e levá-lo ao tribunal.
No mesmo dia, os bispos brancos foram se encontrar com os negros na fronteira e ainda estão reunidos ali. A polícia não descarta a hipótese de os clérigos terem cometido o crime para evitar escândalos de adultério dentro da nobreza branca, também é de se levar em consideração que todos os prelados portam espadas do tipo rapieira, a mesma do rei.
   A reunião dos bispos na fronteira também levou os cavaleiros a pensarem na hipótese de o ataque ter vindo das peças negras, já que o peão fora assassinado junto da fronteira dos reinos. A rainha não gostou da ideia da investigação ir além da fronteira, pelo fato de os reinos estarem em clima de guera, mas a polícia ignorou a ordem da governante e foi a procura da Polícia Montada das Peças Pretas (PMPP) tomar conhecimento da relação dos vizinhos com o guarda morto e também descobrir quem havia se aproximado da fronteira.
   As polícias unidas descobriram que quatro soldados pretos estiveram próximos da fronteira. Duas duplas se refezaram como vigias e segundo os registros, o horário de troca das duplas bate com o horário do homicído. Ao serem interrogados, os sentinelas negam qualquer movimento.
   Com insucesso da investigação além muros, a polícia retornou ao reino e voltou seu olhar para a rainha. Estaria a governante cansada de seu amante? Teria ele feito uma chantagem à donzela e sido silenciado? Quem de fato fizera a denúncia? A rainha nega toda estória e disse inclusive que se trata de um trambique vindo da peble. O rei e os bispos ainda não retornaram, as especulações são muitas e diante da incapacidade policial, o crime se mantém sem solução.

3 de março de 2013

À Venda!

Vende-se felicidade!
Vende-se realização!
Vende-se saúde!
Vende-se amor!
Vende-se salvação!
Vende-se prazer!
Vende-se educação!
Vende-se diversão!
Vende-se prestígio!
Vende-se beleza!
Vende-se inteligência!
Vende-se tranquilidade!
Vende-se paz!
Vende-se em carnê, cheque e cartão,
Dividimos em suaves prestações!

18 de janeiro de 2013

Gerúndio

Pensando na vida
Sonhando com o futuro
Meditando como as coisas
Iam e vinham
Sempre com gerúndio
Como quem não quer acabar
Percebi que nada queria chegar ao fim
Pois tudo tende à eternidade
Continuando a refletir
O mistério do gerúndio
De como as coisas se estendem
Para não se acabarem
Nada é infinito
Tudo vai se acabando
Mesmo que tentando vá
Vivendo no gerúndio.